O problema
No início do ano de 2023, a Blip me proporcionou uma missão desafiadora: construir uma plataforma de dados revolucionária para ajudar as empresas a entenderem melhor seus clientes e aprimorarem suas estratégias de marketing. Com o objetivo de organizar, padronizar e unificar dados de interações dos consumidores de diferentes fontes, surgiu a ideia de desenvolver uma plataforma de Customer Data (CDP).
O desafio era imenso: como lidar com a vasta quantidade de dados provenientes de diversas fontes, especialmente as conversas entre marcas e consumidores (hoje só de dados de conversas temos mais de 2 petabytes)?
Esses dados são um tesouro inexplorado, com potencial para fornecer insights valiosos tanto para a Blip quanto para nossos clientes. Sem dúvidas um dos nossos principais "moats".
Por que decidimos usar Inteligência Artificial?
Decidimos usar IA porque sabíamos que sem ela, seríamos apenas mais um CDP no mercado ou um CDP ruim. A IA tem o potencial de interpretar grandes volumes de dados conversacionais, identificar padrões e classificar informações que seriam impossíveis de se analisar manualmente. Nosso propósito foi usar a IA como uma camada de enriquecimento dos dados. Isso nos permitiria não só entender melhor os comportamentos dos consumidores, mas também criar segmentos de audiência altamente personalizados e escaláveis para campanhas de marketing.
Quais modelos usamos?
Modelo GPT na Família Gen IA e LLM
Utilizamos o modelo de Inteligência Artificial (IA) conhecido como GPT, que faz parte da família da Gen IA (Inteligência Artificial Generalizada) e dos LLM (Linguagem Natural com Modelos de Linguagem).
Algoritmos de agrupamento não supervisionado
Empregamos os algoritmos K-means e K-prototypes, ambos sendo métodos de aprendizado de máquina não supervisionado utilizados para agrupar dados com base em suas características sem a necessidade de rótulos predefinidos.
Implementação
Usamos a IA generativa GPT (Azure OpenAI) para analisar o histórico das conversas e classificar informações relevantes, enriquecendo os perfis com novos atributos. Um exemplo disso é a capacidade de agrupar consumidores como "sensíveis ao preço" quando expressam insatisfação em relação ao custo do produto e identificar a "intenção de compra" quando manifestam interesse nesse sentido.
Em uma etapa subsequente, empregamos um algoritmo de IA não supervisionado para agrupar dados não rotulados em clusters, baseando-se em características semelhantes. Atualmente, utilizamos os algoritmos K-means e, nos testes de Alpha, também experimentamos com o K-prototypes.
Em uma terceira fase, novamente fazemos uso da IA generativa através do GPT (Azure OpenAI) para criar títulos e descrições para os segmentos gerados. Após a formação do grupo, enviamos as informações sobre quais características (atributos) foram utilizados para compor o grupo ao GPT. Com base nessas informações, o GPT gera o título e a descrição do grupo, que são então apresentados em uma página do nosso produto.
Qual é o fluxo?
O fluxo de recebimento e tratamento de informações envolveu as seguintes etapas:
- Coleta de dados: reunimos dados 1st party de interações de clientes de diversas fontes como CRM (Customer Relationship Management) do cliente e principalmente dados conversacionais.
- Pré-processamento: usamos ferramentas manuais e automatizadas para organizar e padronizar os dados.
- Análise com IA: utilizamos o GPT 3.5 Turbo para interpretar as conversas e classificar os consumidores com base em comportamentos, sentimentos e outras características relevantes.
- Criação de hiper-segmentos: implementamos algoritmos de segmentação para criar pequenos grupos de consumidores altamente caracterizados.
- Geração de descrições: usamos novamente a IA para gerar descrições em linguagem natural dos hiper-segmentos, facilitando a interpretação e ação pelos analistas de marketing.
Como monitoramos?
Para monitorar e resolver problemas de alucinação ou falta de acuracidade, implementamos um processo de experimentação rápida e iterativa. Testamos continuamente nossos modelos e algoritmos com dados reais e feedbacks dos clientes. Além disso, mantemos uma vigilância constante sobre os resultados das campanhas para ajustar e melhorar nossos modelos conforme necessário.
O processo de tomada de decisão do GPT (enriquecimento de perfis com novos atributos) não é possível de ser explicado com total certeza. É possível compartilhar os prompts utilizados bem como o racional das guidelines e regras de contorno aplicadas. Também é possível compartilhar testes realizados e premissas validadas para que se chegasse em cada classificação na conversa.
Já o processo de segmentação, que utiliza o algoritmo do k-means, é possível de explicar a classificação uma vez que cada segmento possui um subconjunto de variáveis mais importantes. Assim é possível apresentar essas variáveis, bem como a sua métrica de feature importance que ajuda a entender porque a IA utilizou aquelas features daquela forma para fazer aquela segmentação.
Por fim, o processo de explicar cada segmento, ou seja, gerar o título e a descrição do grupo são processos realizados pelo GPT. Explicar o processo em si é possível, mas é importante notar que o GPT é uma caixa preta da qual não se entende profundamente os processos que levam a geração de cada texto em particular. Contudo, é possível compartilhar a arquitetura da solução, bem como as premissas por trás do processo realizado pelo GPT.
Principais aprendizados
- Entendemos profundamente o que queríamos resolver e escolhemos um problema, pequeno o suficiente pra gente resolver rápido, significativo o suficiente para ser importante para o cliente e para a Blip;
- Compreendemos o contexto da IA e nos mantemos atualizados constantemente sobre o mundo da tecnologia;
- Envolvemos os Stakeholders e Especialistas na compreensão abrangente das necessidades do negócio, desafios técnicos e expectativas dos consumidores;
- Definimos nosso ponto de diferenciação e objetivos claros para alcançá-los;
- Exploramos dados disponíveis nas nossas fontes e não disponíveis (1st party e 3rd party data);
- Fizemos uma diligência de IA técnica e de negócio no momento do Discovery e não no Delivery.
Desenvolver o Audiences foi um processo complexo e desafiador, mas altamente gratificante. A chave para o sucesso foi a combinação de uma compreensão profunda do problema, uma cultura de experimentação rápida e o uso estratégico de IA.
Ao criar audiências inteligentes e hiper-segmentadas, conseguimos não só melhorar significativamente o retorno sobre o investimento em campanhas de marketing, mas também proporcionar uma experiência personalizada e valiosa para os consumidores.
Observamos que com nosso produto aumentamos 3x a taxa de engajamento e 5x a conversão em vendas.
Continuaremos a evoluir e refinar nossa abordagem, sempre buscando novas maneiras de utilizar a IA para impulsionar resultados de negócios e melhorar a satisfação do cliente.
Um agradecimento especial a todos os especialistas em produto, IA, design e engenharia da Blip, que aceitaram e enfrentaram juntos este desafio.
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